domingo, 20 de fevereiro de 2011

Projeto altera regra para certificação de aluno com deficiência

Segundo a proposta, as escolas precisarão de autorização dos pais para emitir o certificado de terminalidade do ensino fundamental.
Arquivo - Laycer Tomas
Paulo Delgado: regra atual pode impedir aluno deficiente de frequentar o ensino regular.
A Câmara analisa o Projeto de Decreto Legislativo 2829/10, do deputado Paulo Delgado (PT-MG), que susta norma de educação vigente para impedir que as escolas emitam o certificado de terminalidade específica do ensino fundamental sem autorização dos responsáveis por alunos com deficiência mental ou múltipla.
O item sustado é o artigo 16 da Resolução 2/01, do Conselho Nacional de Educação, que institui diretrizes nacionais para a educação especial no ensino básico. Esse artigo faculta às escolas a emissão desse certificado. Porém, na opinião do deputado, tem sido interpretado equivocadamente.
Atualmente, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB - 9.394/96) garante ao aluno com necessidades especiais o direito à terminalidade específica de seus estudos, ou seja, a um certificado mesmo quando, por qualquer razão, ele interrompa seus estudos e não conclua o ensino fundamental.
O documento comprova o nível atingido nos estudos e as habilidades desenvolvidas, facilitando a inserção no mercado de trabalho ou em outra modalidade de educação, como a profissional.
Idade limite
No entanto, segundo Paulo Delgado, diversas mães de alunos denunciaram que seus filhos estavam sendo obrigados a deixar a escola porque tinham alcançado a idade limite de 18 anos para cursar o ensino fundamental.
"As escolas baseiam-se em um entendimento do artigo 16 da Resolução 2/10, de que elas mesmas, uma vez que o aluno alcançou a idade limite, podem dar essa terminalidade específica ao aluno, independentemente de sua vontade. Com isso, o aluno é impedido de frequentar o ensino fundamental regular, sendo obrigado a migrar para a Educação de Jovens e Adultos", explica o deputado.
Por esse motivo, na opinião de Delgado, não se deve delegar às instituições e aos sistemas de ensino um direito do aluno com deficiência.
Tramitação
O projeto será analisado pelas comissões de Educação e Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Em seguida, será votado pelo Plenário.

Íntegra da proposta:

Reportagem - Noéli Nobre
Edição - Regina Céli Assumpção

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